Armações do Casos de Família decepcionam fã

Publicado em 05/02/2015

Uma fã do Casos de Família ficou decepcionada ao descobrir (o que muita gente já sabia), que o programa do SBT vive de situações armadas e fictícias. Aqui no Observatório da Televisão já revelamos diversas situações em que um mesmo figurante participou do Casos de Família e de outros programas, o que comprova que são casos inventados e pagos para serem exibidos.

Mas agora, essa fã de nome Vanessa Silva, entrou em contato com o colunista Mauricio Stycer, do UOL, relatando sua desilusão ao descobrir a farsa.

“Eu sempre assisto porque acontecem coisas engraçadas lá, como no dia em que uma moça disse que queria comprar um ‘naitebruque’ em alusão a um notebook. Ou porque aprendo coisas, como no dia em que um travesti disse que não podia ir nem no banheiro feminino nem no masculino. E me deu compaixão por essas pessoas que trocam de gênero e não têm um lugar na nossa sociedade.”

“Parte da graça ou da atração que ele exerce é ser apresentado como um programa com casos verdadeiros. Depois que li seu texto sobre a mãe e filha que foram lá e no programa do João Kleber, parece que algo se quebrou. Fico me perguntando como gente que parece gabaritada como a psicóloga Anahí D’Amico trabalha lá, ou como o programa tem patrocinadores que aceitam isso”, escreveu Vanessa.

Para piorar, no último dia de janeiro, um sábado, o SBT reprisou à noite um episódio de Casos de Família exibido originalmente em novembro de 2013. O tema era “Minha sogra está fazendo de tudo para acabar com o meu relacionamento”.

Conta Vanessa: “Apareceu uma mulher com olhos tão bonitos que me deu vontade de ir xeretar no Facebook. Como a mulher tinha um nome diferenciado, Helke, não foi difícil achar”.

Navegando pela página,Vanessa rapidamente constatou que Helke Régis é uma figurante profissional. Na rede social, ela cita trabalhos para inúmeros programas e emissoras – Pânico na Band, Legendários (Record), Casos de Família (SBT), além de pegadinhas, entre as quais uma das mais famosas já exibidas por Silvio Santos, a do dinossauro que invade um escritório comercial.

“Nem preciso falar que fiquei revoltada. O SBT é um bom canal de TV, o dono tem uma história incrível, não precisa viver de mentiras. Melhor que colocasse nesse horário alguma novela água com açúcar mexicana, ou maratona do Chaves, do que vender um programa como verdadeiro, quando não é”, escreve Vanessa.

Helke, com seu próprio nome, interpretou o papel da sogra no Casos de Família reprisado no último sábado. “No programa ela diz que tem três filhas, que a mais velha de 18 anos deu este desgosto de namorar um vagabundo e tal… Quando fui ver no Facebook dela, a tal filha não aparece em nenhuma foto, nem é amiga dela”.

Continua Vanessa: “E para minha total indignação, Helke convida em seu Facebook os amigos para vê-la na TV, não importando o fato de que ela está interpretando uma personagem enquanto existem pessoas acreditando que aquela é história da vida dela. Lamentável!”

Vanessa fez um verdadeiro desabafo ao jornalista Mauricio Stycer e com razão, a televisão não precisa de casos armados, com certeza muitas pessoas com problemas familiares estariam dispostos a contarem seus casos, para conseguir uma ajuda, um conselho, uma solução. Falta ética e respeito ao telespectador, por essas e outras que programas desse gênero deveriam ser banidos da TV. Mas infelizmente é prática comum em quase todos os programas a contratação de figurantes para participarem das atrações e seus quadros.

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